segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Mês da Consciência Negra - leituras, reflexões e belezuras literárias (6)

Neste mês de novembro/2019, 
em celebração ao Mês da Consciência Negra,
o blog Construindo Pasárgada do PMBFL compartilha 
uma série de postagens publicadas no bom dia do face do
Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores.
Trazemos a Literatura, biografia, sites e vídeos 
de Escritoras e Escritores Negras/os
para promover leituras, reflexões e belezuras literárias.
Tentamos priorizar Poetas de Pernambuco.


O bom dia do PMBFL é com Conceição Evaristo. Maria da Conceição Evaristo de Brito. Mineira. Professora. Mestra e Doutora em Literatura. Ativista de movimentos de valorização da cultura negra estreou na literatura, em 1990 na série Cadernos Negros. Escritora versátil, destaca-se na poesia, ficção e ensaio. Sua obra literária vem sendo traduzida em várias línguas. De origem humilde, migrou  para o Rio de Janeiro, onde vive há mais de quatro décadas.


Sua  obra em prosa aborda  "excluídos sociais, dentre eles favelados, meninos e meninas de rua, mendigos, desempregados, beberrões, prostitutas, “vadios” etc., o que ajuda a compor um quadro de determinada parcela social que se relaciona de modo ora tenso, ora ameno, com o outro lado da esfera, composta de empresários, senhoras de posses, policiais, funcionários do governo, dentre outros."



Eu-Mulher
Conceição Evaristo

Uma gota de leite
me escorre entre os seios.
Uma mancha de sangue
me enfeita entre as pernas.
Meia palavra mordida
me foge da boca.
Vagos desejos insinuam esperanças.
Eu-mulher em rios vermelhos
inauguro a vida.
Em baixa voz
violento os tímpanos do mundo.
Antevejo.
Antecipo.
Antes-vivo
Antes – agora – o que há de vir.
Eu fêmea-matriz.
Eu força-motriz.
Eu-mulher
abrigo da semente
moto-contínuo
do mundo.


Da calma e do silêncio
Conceição Evaristo

Quando eu morder
a palavra,
por favor,
não me apressem,
quero mascar,
rasgar entre os dentes,
a pele, os ossos, o tutano
do verbo,
para assim versejar
o âmago das coisas.
Quando meu olhar
se perder no nada,
por favor,
não me despertem,
quero reter,
no adentro da íris,
a menor sombra,
do ínfimo movimento.
Quando meus pés
abrandarem na marcha,
por favor,
não me forcem.
Caminhar para quê?
Deixem-me quedar,
deixem-me quieta,
na aparente inércia.
Nem todo viandante
anda estradas,
há mundos submersos,
que só o silêncio
da poesia penetra.


Sites sobre Conceição Evaristo:
http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/188-conceicao-evaristo
https://livroecafe.com/2017/11/14/lindas-poesias-de-conceicao-evaristo/
https://www.portalsaofrancisco.com.br/biografias/conceicao-evaristo


Vídeos de Conceição Evaristo:
https://www.itaucultural.org.br/ocupacao/conceicao-evaristo/escrevivencia/?content_link=0

Crédito das imagens
https://www.mensagens.inf.br/frases-conceicao-evaristo-poesias-para-mensagens/
https://escolaeducacao.com.br/conceicao-evaristo/
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/29/opinion/1535572605_988143.html

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