O maior
poeta da língua portuguesa, alguns dos seus melhores intérpretes e os leitores
apaixonados têm um encontro marcado em Olinda, na FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL
DE PERNAMBUCO – FLIPORTO, de 12 a 15 de novembro.
A Festa
começa por presentear aos brasileiros algo inédito e exclusivo. Tão especial
como aqueles momentos que ocorrem uma vez na vida e nunca mais são esquecidos:
uma conversa com Manuela Nogueira, a escritora e sobrinha tão querida de
Fernando Pessoa, que com ele brincou e sobre quem escreveu mais de um livro.
São
muitas as razões neste ano para não perder a Fliporto. Como a conversa com o
escritor português de maior sucesso na atualidade – Miguel Sousa Tavares – e o
brasileiro Mario Prata. O debate do grande compositor e cantor Sérgio Godinho
com o tradutor e romancista Ioram Melcer.
E mais:
Eric Nepomuceno com Luize Valente; Paulo José Miranda (1º. Prêmio José
Saramago) com Alfredo Antunes. Também a sessão exclusiva com o espanhol Javier
Cercas, que faz na Fliporto o lançamento nacional do seu mais novo livro.
E ainda mais: uma “aula” sobre tradução, com Richard Zenith e
Arnaldo Saraiva; e outra exclusividade: o lançamento internacional da novela
gráfica A vida oculta de Fernando Pessoa, de
André Morgado e Alexandre Leoni.
O
encerramento, com chave de ouro, pelo professor Pasquale Cipro Neto: uma
conversa para todos os públicos sobre todas as línguas portuguesas.
Dia 13/11
19h –
Abadia do Mosteiro de S. Bento
Abertura: A escritora Manuela Nogueira, sobrinha do poeta Fernando António Nogueira Pessoa,
conversa com Arnaldo Saraiva
Como é
ser sobrinha do maior poeta da língua portuguesa desde o século XX? Como foi o
seu convívio com Fernando Pessoa? Ele era (re)conhecido como gênio pela família?
De que maneira sua obra influenciou para que ela decidisse também dedicar-se à
literatura? Perguntas assim serão respondidas pela escritora Manuela Nogueira,
sobrinha do homenageado da Fliporto 2015, num bate-papo com um dos maiores
ensaístas portugueses da atualidade e aquele que mais tem feito pela cooperação
cultural entre Portugal e o Brasil.
Dia 14/11
15h – Colégio
de S. Bento
Eric Nepomuceno e Luize
Valente, com mediação de Mona Dorf:
Passado: presente! Glorias e
mazelas da memória e da história
O que houve em 1964, no Brasil? O que houve em 1939-1945, na
Europa? São mais do que simples indagações e evocações ou um rápido teste de
nossa capacidade para comentar o golpe civil-militar e a Segunda Guerra
Mundial. Apontam para o sentido da memória e da história. Quantos fatos e
personagens fundamentais estão hoje de todo esquecidos? O autor de A
memória de todos nós e a autora de Uma
praça em Antuérpiatraduzirão para o público esse complexo emaranhado de lembranças
e amnésias que formam parte da nossa vida.
17h – Colégio
de S. Bento
Sérgio Godinho e Ioram Melcer,
com mediação de Norma Couri:
Mentiras sinceras, verdades
fingidas: As vidas duplas (e múltiplas) do escritor
Sérgio
Godinho é um dos maiores expoentes da cultura portuguesa, na música (onde
alcançou sua maior fama), no teatro, na literatura. É múltiplo na escrita: de
canções, poemas, contos, romance… Ioram Melcer está imerso em várias
culturas e línguas: hebraico, espanhol, italiano, francês, árabe, turco… e é o
mais premiado tradutor e romancista israelense da atualidade. Esses dois –
multiplicados por muitos – são os privilegiados autores/atores de um mundo em que
as coisas raramente são o que parecem: o das ambiguidades e identidades.
18h30 – Colégio
de S. Bento
Javier Cercas conversa com Eric
Nepomuceno:
“As máscaras e imposturas na
realidade e na literatura”
Os leitores estão acostumados a uma convencional divisão dos
gêneros que, de um lado, põe os livros de ficção, e do outro, os de não ficção.
Os romances são calmamente acomodados nas prateleiras do primeiro, e os manuais
de história no segundo. O escritor espanhol Javier Cercas inscreveu O
Impostor, sua mais recente obra (cujo lançamento nacional acontece na
Fliporto), em outro gênero, que sugere um curioso hibridismo: o romance de não
ficção. Sobre suas histórias tão cheias da História desse e de outros livros
ele falará aos seus leitores.
20h15 – Colégio
de S. Bento
Miguel Sousa Tavares e Mario
Prata, com mediação de Norma Couri:
Portugal e Brasil: o que nos
une, o que nos afasta
Um dos
lugares-comuns da cultura é: o Brasil e Portugal são dois irmãos separados que
falam a mesma língua. Outros preferem acentuar o afastamento e afirmam que
sequer é o mesmo o idioma. Que é mais fácil entender o inglês dos Estados
Unidos que o português de Portugal. Apesar disso, portugueses e brasileiros não
se cansam de declarar o seu amor uns pelos outros. No entanto, a cooperação
cultural é menor do que a comercial, apesar de, nos discursos, brasileiros e
portugueses continuarem a falar de diálogos atlânticos.
Dia 15 – Colégio
de S. Bento
15h
Richard Zenith e Arnaldo
Saraiva conversam com Ioram Melcer
Fernando Pessoa traduzido,
Fernando Pessoa tradutor
Entre os primeiros heterônimos de Fernando Pessoa estavam
autores que se expressavam em inglês e francês; e muitos gostam de lembrar: foi
em inglês sua última frase escrita. A tradução, portanto, esteve presente
sempre no autor da Mensagem, como eruditamente sabe e explica Saraiva. Pessoa é hoje um dos
poetas da língua portuguesa mais traduzidos. Na inglesa o seu melhor tradutor é
Zenith. E na hebraica: Melcer. As muitas vozes, os registros e idiomas de
Pessoa por três dos seus mais aclamados intérpretes e estudiosos.
17h – Colégio
de S. Bento
Por que Pessoa nunca enjoa? A
vida-obra de um gênio universal
Alfredo Antunes e Paulo José
Miranda, com mediação de Mona Dorf
Paulo José Miranda é um dos mais premiados poetas e romancistas
de Portugal. Entretanto, sua produção como ensaísta continua inédita. Sobre
Fernando Pessoa ele escreveu um longo ensaio e falará disto em primeira mão na
Fliporto. Alfredo Antunes tem publicado um estudo mais do que literário,
filosófico: Saudade e profetismo em Fernando Pessoa. Sobre
o inesgotável autor, seus enigmas e atemporalidade será esta mesa. Um gênio que
alguns chamaram de “estranho estrangeiro” e outros de um “desconhecido de si”.
18h30 – Colégio
de S. Bento
André Morgado e Alexandre
Leoni, com mediação de Mona Dorf
A vida oculta de Fernando
Pessoa
Como se formaram os heterônimos de Fernando Pessoa? Os
especialistas e não especialistas julgam ter a resposta, inclusive lida nas
cartas que o próprio autor enviou aos seus amigos contando as chaves de sua
criação. Mas, ao assistir a essa conversa e ao ler a novela gráfica A
vida oculta de Fernando Pessoa, os seus fãs terão muitas
surpresas. Na linguagem de história em quadrinhos/banda desenhada, um
brasileiro e um português finalmente revelarão o segredo mais bem guardado de
Pessoa, num lançamento internacional na Fliporto.
20h15 – Colégio
de S. Bento
Encerramento:
O professor Pasquale Cipro
Neto, em conversa com Mona Dorf
As nossas – e as outras –
línguas portuguesas
“A
língua é minha pátria/ E eu não tenho pátria, tenho mátria/ E quero frátria”.
Como se vê na letra da canção de Caetano Veloso, idioma é coisa familiar: seja
de pai, de mãe, de irmãos. E como toda família, implica em plural. Na conversa
de encerramento, e com o jeito tão coloquial e acessível, como vem ensinando o
Brasil a amar e usar a própria língua, o professor comentará como foi possível
o milagre, não o econômico, mas o cultural – de um país gigante falar, de norte
a sul, a mesma língua, e como essa unidade rima com diversidade.