quinta-feira, 30 de junho de 2016

Crônica - Memórias de tremer.

O tempo passa e as lembranças ficam...
Guardo momentos de minha infância em que grupos de pessoas se reuniam nas calçadas de minha rua para contar casos de assombração. Cada um mais "cabeludo" que o outro.
Em dias de segunda-feira, à meia noite, havia um programa da Rádio Clube que relatava Histórias do Além, como a "Procissão das Almas", "Pacto com a Coisa Ruim", entre outros.
Tempos bons que me fazem lembrar com alegria o medo das coisas que não existiam. Diferente do medo dos tempos atuais, em que nem nas calçadas podemos ficar, pois o medo é diferente - O homem está presente para nos assustar.
Onde vamos parar?
(Crônica produzida pelos Professores de Biblioteca durante a Formação do Mês de Maio/ Equipe: Adriana Santos; Jaciara Freire; Josélia Ribas; Monaja Maia; Socorro Cavalcanti; Cleide).


terça-feira, 28 de junho de 2016

Crônica- Aquilo que eu via do olho da goiabeira!

A qualquer hora do dia, ouvindo o cantar dos pássaros, o vento batendo forte nos galhos da goiabeira e o som das folhagens aguçavam as curiosidades daquele menino que vivenciava a chegada da adolescência. Agarrado a aventura de escalar o mais alto dos galhos para observar em secreto os arredores, saciando o desejo da conquista na subida e desfrutando entre os sabores dos frutos, o prazer da observação dos fatos, como a linda professora com sua minissaia e suas belas pernas.

(Crônica produzida pelos Professores de Biblioteca durante a Formação do mês de maio/Equipe: Carlson;Cyntia;João;Kátia e Otonivalda).


segunda-feira, 27 de junho de 2016

Crônica - Pregões da Infância.

Bons tempos de meninice!
A gente podia brincar na rua - que era um verdadeiro mercado à céu aberto.
Passava o algodão doce!
- Algodão doce! Algodão doce!
Pra adoçar a vida com pouco dinheiro!
E o pipoqueiro falava:
- Pipoca bonita,
Menina bonita,
Menina feia,
Venham comprar!
- Cá- vaquinho!
Cá- vaquinho!
Correria, a molecada atrás dos bolsos das saias das mães.
Não sobrava cofrinho de barro inteiro. Tinha até dó dos porquinhos triturados.
Quem resistiria?
E a brincadeira continuava noite a dentro.
A esta altura passavam: o Zé do Munguzá, o cuscuz com coco ou à paulista.
E a meninada ensandecida.
As mães chamavam pra jantar, mas a barriga já saciada e não tinha menino doente não!
- Quem lembra do seringá?
Aquele puxa-puxa vermelho ou rosa...
O doce alimentava a alma.
Bons tempos da nossa infância, adocicados em nossas recordações.
Olha a lembrança!
Olha a memória!
Quem tem doce na infância, 
Tem doçura por história.

(Crônica produzida durante a Formação do Mês de Maio pelos Professores de Biblioteca/ Equipe: Giselle Silva; Isabel Vasconcelos; Valéria Araújo;Ana Lídia; Amarilis Andrade).







quarta-feira, 22 de junho de 2016

São João

"Durante o São João
Não é o Nordeste que respira a alegria...
É a alegria que respira o Nordeste..."
(Bruno Bezerra)

VIVA O SÃO JOÃO!!!!!!




terça-feira, 21 de junho de 2016

Crônica - Juca!!! Ô Juca!!!!

Era assim chamado o meu pai - José Paulino da Silva, caruaruense, tocava violão e cavaquinho. Gostava muito do carnaval do Recife.
Nas manhãs de sábado de Zé Pereira, eu e minhas irmãs recebíamos de suas mãos: óculos de carnaval; saquinhos de confete e serpentina e, ainda, a tradicional bisnaga de plástico para enchermos de água e, alegremente, nos molharmos.
Que delícia! Meu Pai chegava cheirando a talco perfumado que era lançado nos corsos da cidade.
Velhos tempos, belos dias...
(Crônica produzida pelos Professores de Biblioteca- PMBFL durante a Formação do mês de Maio).
Equipe da Professora Graciane Bonnomi



segunda-feira, 20 de junho de 2016

Crônica - Vendas de Bombons!

Nos Quatro Cantos de Olinda, havia uma venda grande, com 3 portas, todas pintadas de verde. Era a venda de Seu Neco Bezerra. No longo balcão, onde as donas de casa compravam o pão nosso de cada dia e onde os homens bibiretavam seus gols perdidos. 
Não era o fígado de "alemão", nem a caixa de sardinha ou tampouco os cestos de ovos que chamavam minha atenção e das outras crianças, e, sim, o grande expositor de guloseimas.
Já feliz com os cinquenta centavos dados pelo meu avô, eu  punha a girar o tal expositor.
A cada giro, uma difícil escolha: pirulito, chupetinha de açúcar, confeitos, jujubas, doces cristalizados...
Difícil escolha para uma só moeda...
O vendedor, impaciente, me deixava só para atender os outros fregueses. Para que ele se esquecesse de mim, fazio-o repetir os preços:
_ E esse é quanto?
Para não perder o freguês, Seu Neco interferia na minha decisão. Dizia: "leve esse", já recolhendo minha prata.
Com o doce nas mãos, saía correndo com a certeza de quem conhece cada pedra que formava a ladeira da casa do meu avô.
  (Crônica produzida durante a Formação do Mês de Maio/Professores de Biblioteca -PMBFL).



quarta-feira, 8 de junho de 2016

Crônica - Brincadeiras de Rua.

Que saudade do tempo que eu era criança! Saudade de outrora! Tempo em que as famílias ficavam nas calçadas a contar causos, trocar receitas e porque não falar da vida alheia.
Nas noites de lua cheia, muitas histórias de assombração mantendo viva a tradição oral.
Relembrando as brincadeiras de rua, esconde-esconde, pega-pega, estátua, passa anel, barra bandeira, brincadeiras de roda e jogos de montão!
Ah! Que segurança havia naquela época! Até de porta aberta se dormia.
Os vizinhos se reuniam e trocavam os seus quitutes e iguarias. Duralex ia, duralex vinha e nunca voltava vazia.
Brincava-se tanto, era tanta interação, sem internet, celular, jogos eletrônicos que hoje afastam e isolam as crianças. Todos tornam-se reféns da solidão, pois não sabem dividir, só querem tudo pra si.
No meu tempo, ir pra rua era pura diversão. Brincava, me melava, subia em árvores e pulava corda.
Que bom ter tudo isso pra lembrar!
(Darlyx Stamford/Ângela Márcia/Sandra Anacleto - Professoras de Biblioteca - PMBFL).




terça-feira, 7 de junho de 2016

Mudanças no Metrô nesses 30 anos. Quanta mudança!

Café com pão, bolacha não! Café com pão, bolacha não. Eita, passou a Maria Fumaça. Danou-se, mudou-se. E o que vem agora?É o trem que ronca forte. O óleo que passou também, é movido a quê?
Fez silêncio. O silêncio do tempo. Lá vem o trem do silêncio elétrico e veloz. Parou na estação e eu só escuto:
- João, olha mãe! Segura a mão do menino! Segura a bolsa! Olha, a bala de menta! Já passou a estação de Afogados? Oxente, já tá voltando!


Jorge Rivadávia/Cristiane Soares/Rosilene Mesquita/Ivone Cordeiro/ Ana Catarina Moreira Mariz.
(Professores de Biblioteca - PMBFL)





segunda-feira, 6 de junho de 2016

Crônica - A queda da minha mãe

Aconteceu numa quarta-feira chuvosa, em plena Avenida Guararapes. Minha mãe, professora primária, apressada para pegar o ônibus Engenho do Meio, tudo isso, para chegar no horário para seu segundo expediente. De repente, sem esperar, viu-se estatalada no chão, após, tropeçar num buraco e quebrar o salto do seu sapato nessa cidade esburacada.
Os transeuntes que por ali passavam, tentaram ajudá-la, pois todos seus pertences voaram e espalharam-se por toda rua.
Desesperada pelo acontecido e por ter perdido seu ônibus, a minha mãe só pensava no que a Diretora iria falar. Já que ela não iria mais se atrasar e, sim, faltar devido o tempo que iria passar na UPA ou no Saúde Recife na tentativa de ser atendida pelo médico.
De lá para cá, ela não se recuperou. O joelho não melhorou e daí, se readaptou e no Programa Manuel Bandeira chegou.

Marluce Ferreira/Marinez Barbosa/Ridete Vanda/Rosângela Araújo/Judite Chagas/Mércia de Oliveira/ Aldenize Chaves/Maria José de Oliveira (Professoras de Biblioteca) - PMBFL.






quinta-feira, 2 de junho de 2016

Crônica: O celular na geladeira.

Amanheceu, era uma segunda-feira e todo mundo perdeu a hora.
Uma correria para tomar café e organizar as crianças para irem à escola.
Nesse momento, o celular toca. Era a mamãe com a triste notícia da morte da cachorrinha, Lili. Abalada, termino de arrumar as lancheiras das crianças e saio, apressadamente, para levá-las à escola.
No caminho, o pneu do carro furou e procuro o celular para pedir socorro. Procura em vão... O celular não estava na bolsa. Mas, afinal onde estaria?
Já em casa, depois de procurar o celular por todos os lugares imagináveis, foi em vão...
Desolada, cansada, depois de tanto procurar, abro a geladeira para tomar água e para minha surpresa, encontro o celular no meio das frutas.
(Dorotéa, Eliara e Alberto) - Noite - PMBFL. Formação/Maio/2016.




Crônicas - Formação Maio - 2016

Bom dia, Leitores!!! Em nossa última Formação dos Professores de Biblioteca do Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores- PMBFL trabalhamos o gênero Crônica.
Foi bem interessante porque as/os Professoras/es puderam fazer um resgate de suas vivências sobre as histórias da infância, dos bairros em que viveram e dos pregões tão comuns nas feiras populares. Vivenciamos ainda, uma momento bem lírico com canções antigas e a leitura do poema Chopp de Carlos Pena Filho. Tudo isso, para que pudéssemos viver literalmente "esse tempo".
Depois, os Professores refletiram sobre:  qual tema daria uma Crônica...
A partir daí, muitas histórias surgiram. Emoções, sentimentos, diálogos, resgates das tantas pessoas comuns que são, na verdade, as personagens que se debruçaram sobre os fatos do cotidiano, mesmo que efêmeros, mas que repletos de significado.
A seguir, algumas dicas que destacamos:

PRINCIPAIS CRONISTAS BRASILEIROS:
 *Machado de Assis (Crônicas de Lélio);
*Clarisse Lispector (Para não esquecer nunca);
*Carlos Heitor Cony  (Os anos mais antigos do passado);
*Carlos Drummond de Andrade (Boca de luar);
*Fernando Sabino (A cidade vazia);
*Rubem Braga (Ai de Ti);
*Paulo Mendes Campos (O anjo bêbado);
*Affonso Romano de Sant’anna (A mulher madura);
*Nelson Rodrigues (A Pátria sem chuteiras;)
*Lêdo Ivo (A cidade e os dias).

PRINCIPAIS CRONISTAS PERNAMBUCANOS:

  * Carlos Newton Júnior (Procurado);
*Fátima Quintas  (Um cheiro, por favor);
*Frederico Pernambucano de Mello ( A lei de Corisco);
*Gilberto Freyre (Do horrível mau hábito de falar gritando);
*Hermilo Borba Filho ( Da obscenidade);
*Joca Souza Leão (Preto-graúna);
*José Mário Austregésilo (O aboio de um povo);
*Luzilá Gonçalves Ferreira (Recife: o amor de uma cidade);
*Mário Sette (Não há quem dê mais?);
*Ronaldo Correia de Brito  (E mesmo assim continuamos escrevendo);
*Urariano Mota (Miss Pernambuco 1963);
*Valdemar de Oliveira (Boi);
*Carlos Pena Filho (Desmantelo Azul). 

MOTIVOS PARA SE TRABALHAR CRÔNICAS COM OS ESTUDANTES:


1. A crônica narra eventos e, por isso, produzir este tipo de texto mobiliza algumas estruturas linguísticas próprias, como os verbos no pretérito perfeito e imperfeito e as formas narrativas em primeira pessoa.
2. Por apresentar uma narrativa curta, focada em temas cotidianos, as crônicas trazem um texto muito acessível do ponto de vista de leitura e da produção escrita. "Somos familiarizados com essa narrativa desde a primeira infância e o processo de aquisição de linguagem", conta Rita. É por isso que as crônicas são um excelente ponto de partida para os exercício de leitura e escrita em sala de aula, especialmente a partir do Fundamental 2.
3. Por meio da leitura desse gênero literário podemos iniciar os alunos na articulação dos tempos verbais do pretérito, verbos de estados e de transformação. É importante chamar a atenção dos alunos para o fato de que essa arquitetura textual tem uma forma mais ou menos estável e pode ser notada em quase todas as crônicas - o que faz disso um gênero.
4. Do ponto de vista da formação de leitores, é fundamental chamar a atenção dos alunos para o fato das crônicas depositarem um olhar sobre o cotidiano.
5- Apreciar vários gêneros textuais que aparecem não só nos livros didáticos como também em outros suportes.
6- Aproxima-se dos estudantes, por apresentar formas breves, e estilo próximo da conversação.
7- Gênero híbrido porque tanto informa quanto diverte servindo-se de todos os tipos textuais (narração, descrição, argumentação, etc...)
8- Para compreender costumes de uma época.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES


Trabalhar a leitura da coleção Para gostar de ler, com suas coletâneas de crônicas de grandes escritores como Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e Luiz Fernando Veríssimo.