sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Hoje é dia de festa!- Lia de Itamaracá

 Hoje é dia de festa! 






Maria Madalena Correia do Nascimento.
 
Nasceu no dia 12 de janeiro de 1944, na ilha de Itamaracá- PE. Sempre morou na Ilha. Começou a participar de rodas de ciranda desde os 12 anos de idade. Única de 22 filhos a se dedicar à música. Segundo ela, trata-se de um dom de Deus e uma graça de Iemanjá. 
 
Mulher simples, com 1,80 metros de altura, canta e compõe desde a infância e hoje é considerada a mais famosa cirandeira do Nordeste. Trabalhou como merendeira em uma escola pública da rede estadual de ensino até 2008, quando recebeu da FUNDARPE o título de Embaixadora da Casa da Cultura do Recife. Nas horas vagas, dedica-se à musica e à ciranda, além de cantar e compor cocos de roda e maracatus.
 
Em 1977, Lia gravou seu primeiro disco, intitulado A rainha da Ciranda, pelo qual recebeu apenas 20 exemplares para distribuir e nenhum centavo. Mais de duas décadas depois, foi redescoberta, quando o produtor musical Beto Hees a levou para participar do festival Abril Pro Rock, realizado no Recife e em Olinda, em 1998, onde fez grande sucesso e tornou-se conhecida em todo o Brasil.
 
Antes ela só era conhecida em Pernambuco e entre compositores e estudiosos da cultura popular nordestina. Em 2002, saiu seu primeiro CD, Eu Sou Lia, lançado pela Ciranda Records e reeditado pela Rob Digital, cujo repertório incluía coco de raiz e loas de maracatu, além de cirandas acompanhadas por percussões e saxofone. Por ocasião do lançamento, apresentou-se em outras capitais e ministrou workshops. O CD foi distribuído na França por um selo de world music e a voz rascante de Lia chamou a atenção da imprensa internacional, que começou a batizar suas canções de trance music, numa tentativa de explicar o "transe" que o som causava no público.
 
Mesmo obtendo um sucesso tardio, fez turnês internacionais obtendo muitos elogios. O jornal The New York Times a chamou de "diva da música negra". No Brasil, Lia também conquistou mais espaço. Participou com uma faixa no CD Rádio Samba, do grupo Nação Zumbi, teve seu nome citado em versos dos compositores pernambucanos Lenine e Otto e críticos de música a comparam a Clementina de Jesus.
 
No show Ciranda de Ritmos, nome do álbum lançado em 2010, Lia abre, em seu palco, espaço para o coco de roda e o maracatu. Diferente dos trabalhos lançados anteriormente, como Rainha da Ciranda (1977) e Eu sou Lia (2000), a artista incorporou ao repertório as canções do coco de roda, acompanhadas pelas vozes de Severina e Dulce Baracho, filhas do conhecido cirandeiro Antônio Baracho, um dos mais importantes nomes da cultura de Pernambuco.
 
O maracatu também ganha força na apresentação, com músicas tradicionais das agremiações do estado, como em Verde Mar de Navegar, de Capiba.
 
No ano passado foi homenageada com uma exposição intitulada Ocupação Lia de Itamaracá, idealizada pelo Itaú Cultural.
 
Parabéns, Lia de Itamaracá!  
 
 
"Eu sou Lia da beira do mar
Morena queimada do sal e do sol
Da Ilha de Itamaracá
Quem conhece a Ilha de Itamaracá
Nas noites de lia
Prateando o mar
Eu me chamo Lia e vivo por lá
Cirandando a vida na beira do mar..."
 
 
MINHA CIRANDA
Minha ciranda não é minha só
Ela é de todos nós
A melodia principal quem
Guia é a primeira voz
Pra se dançar ciranda
Juntamos mão com mão
Formando uma roda
Cantando uma canção
 
 
Links:
 
https://www.cultura.pe.gov.br/canal/patrimonio-cultural-2/ocupacao-lia-de-itamaraca-entra-em-cartaz-no-paco-do-frevo/#:~:text=Idealizada%20pelo%20Ita%C3%BA%20Cultural%2C%20a,acompanhando%20os%20desejos%20da%20pr%C3%B3pria. 


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