terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Férias- Teatro Barreto Júnior

 José do Rego Barreto Júnior

 No mês de janeiro, mês das férias escolares, o Recife é palco do  Janeiro de Grandes Espetáculos, Festival Internacional de Teatro, Dança, Circo e Música de Pernambuco, com ingressos a preços bem populares.

O festival já está na sua 30ª edição e recebe espetáculos de Pernambuco e de outros estados.

Os espetáculos estão acontecendo em vários locais.

Vale a pena!

Nesse contexto, vamos saber quem foi Barreto Júnior, que dá nome a um dos teatros municipais do Recife, localizado no Pina.

 

    Nasceu no Cabo de Santo Agostinho, em 05 de junho de 1903 e desde muito jovem gostava de ver circos e espetáculos mambembes. Começou a fazer teatro ainda na escola, quase sempre com os papeis principais e dirigindo algumas peças.  

    Ao concluir o curso secundário foi trabalhar como telegrafista na Western Telegraph. Nessa época, frequentava todas as noites o Teatro Helvética, na rua da Imperatriz, para assistir as revistas ali apresentadas e passou a fazer amizade com os atores. Seu pai tentou convencê-lo a deixar de frequentar o Helvética mas em 1923 abandonou o emprego, saiu de casa e foi trabalhar no palco, o que desgostou a família. Nascia então, uma estrela mambembe.

    Foi autodidata como todos os artistas de teatro da sua época. Viajou pelo interior como mambembeiro, aprimorando seu estilo de interpretação. 

    Casou em 1932 com Maria Anunciada Ferreira, atriz de um grupo amador da cidade de Moreno, cujo nome ele mudou para Lenita Lopes, por considerar que Maria Anunciada não soava bem para uma artista. 

Alguns trabalhos:

1923-Eu Vi, da Companhia Paraense Leonardo Siqueira, no Helvética;

1924- Participa da primeira produção cinematográfica do Ciclo do Recife, Retribuição , da Aurora Film;

1928- Estreia como ator profissional na peça À Espera da Missa , também no Helvética. Em seguida, integra a Companhia Conceição Ferreira, com quem viaja para Minas Gerais e, depois, a Companhia Brandão Sobrinho como cantor de opereta.

Ainda na década de 1920, forma conjuntos com o amigo Elpídio Câmara (1895-1965) e viaja pelo interior de Pernambuco, vindo daí a fama de ator mambembe.

1931- Entra no grupo Gente Nossa, dirigido pelo jornalista e dramaturgo Samuel Campello (1889-1939);

Nessa fase, entre outras peças, atua em O Interventor, de Paulo Magalhães (1900-1972) e na opereta A Rosa Vermelha (1927), de Samuel Campello (1889-1939) e Valdemar de Oliveira (1900-1977);

1933-Apresenta no Teatro Municipal de Belo Horizonte, a burleta Flor do Agreste;

 1936- viaja a São Luís, onde apresenta, no Teatro Artur Azevedo, a peça Compra-se um Marido, de José Wanderley. Outro êxito do grupo nas excursões pelo Norte e Nordeste é a montagem de Deus lhe Pague, de Joracy Camargo (1898-1973);

Por alguns anos reside no Rio de Janeiro, ocupando o posto de primeiro ator da Companhia Otilia Amorim e administra a Companhia Jaime Costa.

1940- Com patrocínio do Serviço Nacional do Teatro, a Companhia Nacional de Comédias Barreto Júnior viaja por todo território nacional com repertório de burletas e peças;

1944, convidado por Assis Chateaubriand, apresenta-se para os pracinhas em Fernando de Noronha. No final dos anos 40, Barreto volta a Pernambuco;

Em Recife, entre 1950 e 1952 constrói o Teatro Almare, onde monta Carlota Joaquina, de R. Magalhães Júnior (1907-1981), representando o papel de D. João VI, sua caracterização mais conhecida;

1956- inaugura o Teatro Marrocos, na avenida Dantas Barreto e, depois, na Praça da República, que permanece em atividade até o início da década de 1970, quando é demolido. Nele são montadas comédias de costumes e peças de teatro rebolado com números de strip-tease;

1978- Barreto recebe o Troféu Mambembe  do SNT, pelo conjunto de sua obra e sua contribuição ao teatro nacional e afasta-se dos palcos até a morte, em 21 de fevereiro de 1983.

 

 

Links:

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa521511/barreto-junior  

https://www.elencobrasileiro.com/2017/04/barreto-junior.html

https://www.instagram.com/teatrobarretojunior_oficial/

https://www.janeirodegrandesespetaculos.com/

https://jc.ne10.uol.com.br/canal/cultura/artes-cenicas/noticia/2016/07/15/apos-dois-anos-fechado-teatro-barreto-junior-reabre-as-portas-244460.php 


Bibliografia:

Figueirôa, Alexandre

   Barreto Júnior o rei da chanchada / Alexandre Figueirôa. - Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2002.


   

 

 

 



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