João Cabral de
Melo Neto. Pernambucano. Nasceu no Recife em 06.01.1920 e faleceu no Rio de
Janeiro em 09.10.1999. Diplomata. Poeta Modernista, da Geração de 45. Trilhou caminhos
autorais próprios. Sua obra, considerada de difícil compreensão, encantava
pela capacidade de experimentar e inovar com a linguagem. Transitando por temas
variados, desde a lírica amorosa, aos poemas engajados e escrita ensimesmada. Ocupou
a cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras. 
     ”escrever é estar
no extremo de si mesmo”   
Obras
·  *
Considerações sobre o poeta dormindo (1941);
·  *
Pedra do sono, 1942;
·  * O engenheiro, 1945;
·  * O cão sem plumas, 1950;
·  * O rio, 1954;
·  * Quaderna, 1960;
·  *
Poemas escolhidos, 1963;
·  *
A educação pela pedra, 1966;
·  * Morte e vida severina e outros poemas em voz alta,
1966;
·  * Museu de tudo, 1975;
·  * A escola das facas, 1980;
·  * Agreste, 1985;
·  * Auto do frade, 1986;
·  * Crime na Calle Relator, 1987;
·  * Sevilla andando, 1989.
Prêmios e Homenagens
· *
Prêmio José de Anchieta (IV
Centenário de São Paulo);
· *
Prêmio Olavo Bilac (Academia
Brasileira de Letras);
· * Prêmio de Poesia do Instituto Nacional do Livro;
· * Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro;
· * Prêmio Bienal Nestlé, pelo conjunto de sua obra; 
  * Prêmio da União Brasileira de Escritores, pelo
livro "Crime na Calle Relator".   
![]()  | 
| http://www2.recife.pe.gov.br/servico/circuito-da-poesia?op=MTMy | 
Tecendo a Manhã 
1.
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que
apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
2.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã,
toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
Sites sobre
João Cabral de Melo Neto:
Vídeos sobre
poemas de João Cabral de Melo Neto:
https://www.youtube.com/watch?v=kgpCDfKCTsg  (Tecendo a
manhã)
https://www.youtube.com/watch?v=clKnAG2Ygyw&t=6s
(Morte e Vida Severina)
Crédito da imagem:


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