"Hadithi Njoo"
- "que venha a história".
O Afoxé Oxum Panda
promove no próximo fim de semana workshop de afrocontação de História.
"Hadithi
Njoo" é uma expressão em suahili que significa "história vem" ou "que
venha a história", utilizada no leste
africano - Quênia, Uganda, Tanzânia, Congo – por contadores tradicionais quando
iniciam suas intervenções. E é assim que a afrocontadora de Histórias Kemla
Baptista (pernambucana radicada no Rio de Janeiro) apresenta seu workshop de formação
de contadores de histórias africanas e afrobrasileiras. O “Hadithi Njoo”, vem a
Pernambuco para complementação da oficina de Cultura Nagô do projeto Funcultura
“Oxum Panda construindo nossa identidade!” do Afoxé Oxum Pandá.
Lançado
em 14 de abril de 2012, o projeto tem como meta final a construção e montagem
do espetáculo “Iyá Ominibu”, termo yorubano que significa “mãe das águas
profundas”, título dado ao Orixá Oxum. O espetáculo conta, através da
ORALIDADE, principal instrumento de transmissão dos saberes africanos, a
história da criação do mundo a partir do Orixá Oxum, divindade da fertilidade e
da prosperidade muito cultuada entre as comunidades tradicionais de Matriz
Africana do Brasil.
Buscando
um maior contato com esta oralidade e este ato de contar história, projeto
“Oxum Pandá construindo nossa identidade!” realiza no próximo fim de semana um
workshop de afrocontação de histórias para o elenco e comunidade. O “Hadithi
Njoo”, que terá uma turma voltada para professores/as e educadores/as populares
que trabalham com crianças e preadolescentes, acontecerá nos próximos dias 10
(voltado para a comunidade em geral e educadores/as) e 11 (voltado para o
elenco do espetáculo) de novembro, das 14h as 18h, nas comunidades do Pina (dia
10) e de Peixinhos (dia 11). Inscrição R$ 20,00. O projeto é uma realização da
Ong Nativa em parceria com o Afoxé Oxum Pandá e tem a produção da Duafe
Produções. Incentivo Funcultura. Informações 8544 6374 / 9463 2005 / 9761 6984.
Pr
O que: "Hadithi Njoo" | Oficina de afrocontação de histórias
Quando: dias 10 (Comunidades e educadores) e 11 (Elenco do Ìyá Ominibu) de novembro de 2012
Local: Pina (dia 10) | Nascedouro de Peixinhos (dia 11)
Hora: 14h as 18h
Quanto: R$ 20,00 (Exceto para o elenco do espetáculo)
"Sou água de cachoeira
ninguém pode me amarrar
sigo firme na corrente
que caminha para o mar,
em água de se perder
eu não me deixo levar"
Gabi Apolonio
Duafe Produções
Fone/fax: +55 81 3224 3963
Celular 1: +55 81 8544 6374
Celular 2: +55 81 9463 2005
Celular 3: +55 81 9761 6984
Kemla Baptista
Facilitadora
Seguindo
a tradição de seu povo, Kemla narra contos de África. Pernambucana, radicada no
Rio de Janeiro, ela foi aluna da graduação em Pedagogia pela UFPE e hoje estuda
para tornar-se Arteterapeuta. Atuou como educadora social em ongs, e como nova
integrante do projeto “Trançando Ideias” da ONG Estimativa, realiza ações
ligadas a contação de histórias e construção da identidade e autoestima da
criança negra por meio de atividades lúdicas. Foi convidada pelo Instituto
Sankofa de Psicologia para atuar como estagiária em Arteterapia prestando
atendimento a crianças e adolescentes que frequentam o Ilê Asè Ala Koro Wo
(terreiro de Candomblé situado em São João de Meriti – Baixada Fluminense).
Lecionou em escolas públicas, particulares, trabalhou na produção de eventos
ligados a oralidade como por exemplo o I Encontro Internacional CAIXA de
Contadores de Histórias (CAIXA Cultural de Salvador). Idealizou e produziu
filme documentário sobre o mestre de coco de roda e Griô, Zeca do Rolete.
Brincante dos folguedos pernambucanos iniciou sua caminhada artística através
da música dentro do seu próprio lar brincando com os instrumentos de percussão
do pai (músico). Posteriormente ampliou seu universo de referencias culturais
em meio ao Boi de Carnaval, Maracatus e Sambadas de Coco de Roda, Blocos e
Troças carnavalescas onde se aproximou do frevo. Integrou o extinto Maracatu
Leão Negro de Olinda, tocou em orquestras nas diversas apresentações e em
desfiles de Blocos Líricos como o Bloco das Flores, Madeira do Rosarinho e Pierrô
de São José. Na Orquestra Evocações, abriu show de Antônio Nóbrega no Carnaval
do Recife em 2004, assim como participou do FIG – Festival de Inverno de
Garanhuns no Palco da Cultura Popular do Mestre Salustiano. Em 2005, teve a
oportunidade de tocar na Orquestra Popular do Recife regida pelo Maestro Ademir
Araújo durante a abertura oficial do Carnaval do Recife. Respira arte, cultura
e educação de maneira integral.
O Projeto
O AFOXÉ OXUM PANDÁ
MOSTRA PARA QUE VEIO!
Após 4 anos o Afoxé Oxum
Panda retoma suas atividades de educação popular com o lançamento de seu
primeiro espetáculo
Iniciado
em novembro de 2007 e executado no verão 2007/2008 o Projeto “Oxum Panda
Construindo Nossa Identidade!”, foi retomado este ano após conseguir ser
contemplado pelo Fundo de Incentivo a Cultura – SIC Funcultura 2010/2011 do
Governo do Estado de Pernambuco. Com as oficinas de percussão ijexá e nagô,
dança afro, corte e costura e estética afro, o projeto tem por objetivo
principal o da reestruturação do Afoxé Oxum Panda, com formação de novos
quadros de educadores populares e elenco de palco.
O
projeto, que vem acontecendo desde 14 de abril deste ano nas comunidades do
Barro e de Peixinhos, tem por meta final a montagem do Espetáculo Musical “Ìyá
Ominibu”, termo da tradição Yorubana que significa “mãe da águas profundas”, um
termo ou título dado ao Orixá Oxum, matrona do Afoxé Oxum Panda. Este
espetáculo conta a história da criação do mundo e dos homens a partir do orixá
Oxum, deusa da fertilidade e da prosperidade, muito cultuada entre as
comunidades tradicionais de matriz africana no Brasil. Assim o projeto reúne
alguns dos melhores profissionais das áreas de percussão, dança e estética
afro, e cultura e história negra de Pernambuco e do Brasil, todos colaboradores
do Afoxé, como Dada Santana, Lepê Correia e Jorge Riba, percussionista, e seu
principal compositor, que tem como missão a de repassar todo o seu conhecimento
de percussão adquirido em seus 30 anos de estrada artística. “O intuito é o de
reestruturar o Afoxé e deixar como herança jovens negros multiplicadores com
consciência política e sua identidade negra fortalecida”, declara Jorge Riba. O
projeto é uma realização da Ong Nativa em parceria com o Afoxé Oxum Pandá e tem
a produção da Duafe Produções. Incentivo Funcultura. Informações 8544 6374 /
9463 2005 / 9761 6984.
O Afoxé
Oxum Pandá
Surgido
em janeiro de 1995, o Afoxé Oxum Pandá tem como objetivo o da divulgação da
cultura étnico racial dos diversos grupos oriundos do continente africano aqui
no Brasil, buscando romper as barreiras do preconceito e racismo, através do
canto e dança tradicionais de nossa cultura negra. Mostrando ao público e
população pernambucana e brasileira um pouco da nossa história que não é
contada nos livros nem dentro de nossas salas de aula.
São
dezessete anos de história onde o Afoxé Oxum Pandá construiu trabalhos em
parceria nos estados de Pernambuco (Recife, Camaragibe, Cabo de Santo
Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Gravatá, Garanhuns), Bahia, Rio de Janeiro,
e São Paulo (Sendo este, um dos mais significativos, além de Pernambuco, por
trabalhar diretamente com crianças, adolescentes e jovens carentes em situação
de risco).
O
Afoxé Oxum Pandá trabalha com a tradição étnico cultural de nossas comunidades
negras: a ORALIDADE. Assim como fazem os Griots, que através do canto e
gestual ensinam a seu povo os feitos históricos, batalhas, vitórias, derrotas e
heróis, bem como seus costumes, hábitos, fundamentos e tradições, o Oxum Pandá
ensina ao nosso povo (digo com isto o povo brasileiro), quem
somos e de onde nós viemos. Quem foram nossos grandes Reis, Sacerdotes, e
Guerreiros. Contribuindo desta maneira, com a construção a auto-estima do povo
negro pernambucano, e brasileiro.
Desta
maneira, o Afoxé Oxum Pandá vem construindo sua história, através dos tempos,
buscando assim construir uma sociedade melhor, livre de preconceito e racismo.
Workshop
"Hadithi Njoo"
"Hadithi
Njoo" significa "história vem" ou "que
venha a história". É uma expressão em suaíle (swahili / kiswahili)
utilizada no leste
africano - Quênia, Uganda, Tanzânia, Congo – por contadores tradicionais quando
iniciam suas intervenções:
"Hadithi
Njoo" é um workshop em que propomos sussitar nos/as
educadores/as reflexões sobre o ato de contar histórias, centradas em
valores africanos para um trabalho com crianças matriculadas em turmas de
Educação Infantil e do Ensino Fundamental 1 e em projetos sociais e
sócio-cultuais de educação popular ligados ao trabalho com crianças até os 12
anos de idade.
Trata-se de um trabalho
necessário para que os profissionais que atuam com as crianças em seus
primeiros anos de escolarização possam adquirir meios para rever sua prática
conhecendo e ampliando seu repertório e recursos.
O Ato
de
Contar Histórias
Contar Histórias
Contar
histórias é brincar com versos, com rimas, canções ou simplesmente com
palavras. Através da oralidade é possível deslumbrar-se com a riqueza da
comunicação. A história contada é forte instrumento, tanto na formação educativa
quanto na formação cultural da criança. Entendemos que o ato de contar
histórias na infância leva a criança a uma interiorização de um mundo simbólico
de enredos, personagens, situações, problemas e soluções que a proporciona um
enriquecimento pessoal e contribui para a construção de um escopo emocional e
cognitivo que a permite compreender melhor não apenas as histórias narradas
e/ou escritas, bem como, os acontecimentos do dia a dia.
Desse
modo ela passa a saber o que é estável e o que é circunstancial em sua pessoa,
conhecer suas características e potencialidades e reconhecer seus limites, que
são elementos centrais para o desenvolvimento da identidade e para a conquista
da autonomia.
Ouvindo
histórias a criança passa a reconhecer e interpretar a sua experiência de vida
real. Ao falar sobre experiência de vida real, vemos que a criança brasileira
se depara com uma experiência de vida plena em diversidade, rica culturalmente e sobretudo em cores.

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