quinta-feira, 2 de julho de 2015

Curiosidades da Língua Portuguesa

Atendendo aos pedidos das Professoras e Professores de Biblioteca estamos publicando nossas curiosidades sobre a Língua Portuguesa. Nessa atividade, apresentamos um pouco da história de como se formou a Língua Portuguesa, as diferenças do Português do Brasil e do Português de Portugal, alguns Regionalismos, Metáforas da Cozinha, etc.
Foi uma atividade bem interessante, os estudantes interagiram muito e ficaram empolgados com as diferenças entre a língua falada no Brasil e em Portugal.

* História da Língua Portuguesa
Durante a Era dos Descobrimentos, marinheiros portugueses levaram o seu idioma para lugares distantes. A exploração foi seguida por tentativas de colonizar novas terras para o Império Português e, como resultado, o português dispersou-se pelo mundo. Brasil e Portugal são os dois únicos países cuja língua primária é o português. Entretanto, o idioma é também largamente utilizado como língua franca nas antigas colônias portuguesas de Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, todas na África. Além disso, por razões históricas, falantes do português são encontrados também em Macau, no Timor-Leste e em Goa.
O português é conhecido como "a língua de Camões" (em homenagem a uma das mais conhecidas figuras literárias de Portugal, Luís Vaz de Camões, autor de Os Lusíadas) e "a última flor do Lácio" (expressão usada no sonetoLíngua Portuguesa, do escritor brasileiro Olavo Bilac). Miguel de Cervantes, o célebre autor espanhol, considerava o idioma "doce e agradável".

Português do Brasil X Português de Portugal

Há diferenças entre, no mínimo, três aspectos da Língua: vocabulário, fonética e sintaxe.

Veja, abaixo, exemplo, referente ao Vocabulário.

Português do Brasil
Português de Portugal
abridor
tira-cápsulas
açougue
talho
aeromoça
hospedeira de bordo
apostila
sebenta
bala
rebuçado
banheiro
casa de banho
cafezinho
bica
calcinha
cueca
carteira de identidade
bilhete de identidade
carteira de motorista
carta de condução
celular
telemóvel
conversível
descapotável
faixa de pedestres
passadeira
fila
fila ou bicha (gíria)
geladeira
frigorífico
grampeador
agrafador
história em quadrinhos
banda desenhada
injeção
injeção ou pica (gíria)
meias
peúgas
ônibus
autocarro
pedestre
peão
ponto de ônibus
paragem
professor particular
explicador
sanduíche
sandes
sorvete
gelado
suco
sumo
trem
comboio
vitrine
montra
xícara
chávena

Alguns Escritores de destaque:
(Portugal, África e Brasil)


PORTUGAL:
Fernando Pessoa;
Eça de Queirós;
Gil Vicente;
Luís Vaz de Camões;
José Saramago.
África:
José Eduardo Agualusa;
Alda do Espírito Santo;
Williams Sassine;

Brasil:
João Cabral de Melo Neto;
Rachel de Queiroz;
Machado de Assis;
Clarice Lispector;

Algumas Curiosidades da Língua Portuguesa

1.           A expressão “Será o Benedito”, nasceu em 1933, quando o presidente Getúlio Vargas, demorou muito para escolher o interventor de Minas Gerais. Todos temiam que ele escolhesse o pior candidato, Benedito Valadares. Por isso, a população se perguntava: “Será o Benedito?” E o Benedito foi o escolhido.

2.         Sabe o que é um FARDOLA? É aquela pessoa que vive contando vantagens a seu próprio respeito.

3.         Quando os brasileiros não entendem algo, logo dizem: “Está falando grego”. Já os gregos, quando ouvem algo incompreensível, dizem: “Esta falando chinês”.

4.        A palavra ANILINA pode ser lida tanto da direita para a esquerda quanto da esquerda para a direita.

 5.         Fazer ouvidos de mercador”.

Tudo bem que a frase até faça algum sentido, se pensarmos em mercador como um vendedor que finge ser surdo quando a gente pede um “descontinho”. Mas, não, não é esse o verdadeiro sentido da frase.
A palavra original é marcador, denominação que os carrascos recebiam por marcarem os ladrões com ferro em brasa, cujas súplicas eram simplesmente ignoradas. Daí vem a tal essência de indiferença ligada à frase, que se transformou num ditado popular que também é muito utilizado por nós, brasileiros.

6.         Cor de Burro quando foge.

Já parou para pensar se o burro muda de cor ao fugir? Pois é, ele não muda. Quem tem de correr do bicho é que certamente fica pálido com o quadrúpede correndo sem rumo, por isso, o correto a se dizer é “corro de burro quando foge”.

*O mundo animal no Português do Brasil

Veja a seguir termos, ditados e expressões envolvendo diversos nomes de animais de uso frequente em nossa língua.


No linguajar do brasileiro, um amigo falso diz-se "amigo da onça”. "Pagar o pato" é fazer papel de tolo, assumindo as consequências de algo que não se cometeu. “Soltar os cachorros” em alguém é o mesmo que agir de forma agressiva, por meio de insultos. E em se tratando de insultos, quando uma pessoa é considerada pouco inteligente ou ignorante, “burra”, "anta", "toupeira", “jegue”, "mula" ou "besta" são adjetivos muito utilizados para identificá-la.
“Vaca” é um termo comumente utilizado para designar uma mulher de má índole, assim como “cobra”, “jararaca” ou “víbora”. Quanto aos homens, “cachorro” significa homem de mau caráter, "cabra da peste" é uma forma de denominar um sujeito macho, ao passo que “cavalo” ou mesmo “animal” são termos que identificam homens brutos.
Com relação à família bovina, muitos são os termos e expressões existentes. Uma pessoa que não tem opinião própria é chamada de "vaquinha de presépio", ou seja, é como se servisse apenas de enfeite. A expressão "aonde a vaca vai, o boi vai atrás" está associada a pessoas que são facilmente influenciáveis por outras. Já um "mão de vaca" é alguém muito avarento, pão-duro. A expressão "a vaca foi para o brejo", indica que algo deu errado, ou que alguém fracassou. Utiliza-se “nem que a vaca tussa" para dizer que algo não acontecerá sob hipótese alguma. Já “conversa para boi dormir” ocorre quando uma pessoa está de conversa fiada ou mentindo.
Quanto aos insetos, uma pessoa "formiga" é aquela que adora comer doces.  Já alguém muito intrometido, é conhecido como "abelhudo". “Acertar na mosca" significa fazer tudo direitinho. Já "comer mosca" está associado a perder uma oportunidade ou ficar para trás. O ditado “Em boca fechada não entra mosca" significa que, muitas vezes, é melhor ficar calado que dizer besteiras. Um "bicho-grilo" é alguém que mora longe da cidade, ou mesmo uma pessoa que tenha estilo alternativo, como os hippies. Uma pessoa confusa, que não sabe para onde ir, diz-se que é uma "barata tonta", enquanto que o termo “lesma” caracteriza uma pessoa lenta.
Os primatas não escapam... Ser "macaco de auditório" significa estar presente em aglomerações públicas com frequência. Já  "macaco de circo" é alguém que gosta de fazer brincadeiras para agradar os outros, enquanto que “estar com a macaca" é estar nervoso, agitado.
E então, essa curiosidade não é o “bicho”, ou seja, legal?


*Regionalismos

Regionalismos

O Brasil é um país com um território amplo e mesmo assim ainda possui uma língua única. Além de contribuir para uma grande diversidade nos hábitos culturais, religiosos, políticos e artísticos, a influência de várias culturas deixou na língua portuguesa marcas que acentuam a riqueza de vocabulário e de pronúncia. É importante destacar que as diferenças na nossa língua não constituem erro, mas são consequências das marcas deixadas por outros idiomas que entraram na formação do português brasileiro. Entre esses idiomas estão os indígenas e africanos, além dos europeus, como o francês e o italiano. A influência desses elementos presentes em cada região do país, aliada ao desenvolvimento histórico de cada lugar, fez com que surgissem regionalismos, isto é, expressões típicas de determinada região. Essa variedade linguística pode se manifestar na construção sintática – por exemplo, em algumas regiões se diz "sei não", em outras "não sei", mas a grande maioria dos regionalismos ocorre no vocabulário. Assim, um mesmo objeto pode ser nomeado por palavras, diversas, conforme a região. Por exemplo: no Rio Grande do Sul, a pipa ou papagaio se chama pandorga; o semáforo pode ser designado por farol em São Paulo, e sinal ou sinaleiro no Rio de Janeiro.
Regionalismo é, na língua, o emprego de palavras ou expressões peculiares a determinadas regiões. Em literatura, é a produção literária que focaliza especialmente usos, costumes, falares e tradições regionais.

Exemplos de regionalismos:

Nordestinês:

Abestado = Bobo, leso, tolo.
Abirobado = Maluco.
Abufelar - Irritar, ficar brabo.
Amancebado = Amigado, aquele que vive maritalmente com outra.
Amarrado = mesquinho; avarento.
Arretado = tudo que é bom; bacana; legal.
Avalie = Imagine.
Avariado das idéias = meio amalucado.
Avexado = Apressado.
Bater a caçuleta = Morrer.
Bizonho = triste, calado.
Brenha = Lugar longe de difícil acesso; escuro.
Briba = Pequena lagartixa.
Bruguelo = Criança pequena
Se um paulista conversar com um morador do Espírito Santo ele pode ouvir as seguintes palavras:
Taruíra: lagartixa
Pocar: estourar, arrebentar
Pão de sal: pão francês
 Essas palavras são apenas alguns exemplos de como a linguagem varia de região para região.

*Qual o texto mais antigo da língua portuguesa?

É um texto de 1175, chamado Notícia de Fiadores, mas o duro é entendê-lo! A semelhança com o português atual é pouquíssima. Até o jeito como o patrício escrevia as letras é complicado! Mas, os linguistas identificam vários elementos nele que o caracterizam como português antigo, ou galego-português, e o diferem do latim, ainda muito empregado na época. O texto lista os fiadores de um tal de Pelágio Romeu, um português que, apesar de nobre, não era rico. O documento foi descoberto pela pesquisadora Ana Maria Martins, da Universidade de Lisboa, em 1999. Ela o encontrou no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, enquanto pesquisava para sua tese de doutorado. Como o local possui um imenso acervo inexplorado, ainda podem pintar outros documentos mais antigos. Confira a seguir a versão original do velho texto. E depois, claro, sua "tradução"!

Texto Original
Noticia fecit pelagio romeu de fiadores Stephano pelaiz .xxi. solidos lecton .xxi. soldos pelai garcia .xxi. soldos. Güdisaluo Menendici. xxi soldos /2 Egeas anriquici xxxta soldos. petro cõlaco .x. soldos. Güdisaluo anriquici .xxxxta. soldos Egeas Monííci .xxti. soldos [i l rasura] Ihoane suarici .xxx.ta soldos /3 Menendo garcia .xxti. soldos. petro suarici .xxti. soldos Era Ma. CCaa xiiitia Istos fiadores atan .v. annos que se partia de isto male que li avem
Versão modernizada
Pelágio Romeu lista aqui seus fiadores: para Pedro Colaço, devo dez contos; para Estevão Pais, Leitão, Paio Garcia, Gonçalo Mendes, Egas Moniz, Mendo Garcia e Pedro Soares, deve vinte contos; para João Soares, trinta contos, e para Gonçalo Henriques, quarenta contos. Agora estamos em 1175, e só daqui a cinco anos vou ter que pagar esses patrícios!












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