Atendendo aos pedidos das Professoras e Professores de Biblioteca estamos publicando nossas curiosidades sobre a Língua Portuguesa. Nessa atividade, apresentamos um pouco da história de como se formou a Língua Portuguesa, as diferenças do Português do Brasil e do Português de Portugal, alguns Regionalismos, Metáforas da Cozinha, etc.
Foi uma atividade bem interessante, os estudantes interagiram muito e ficaram empolgados com as diferenças entre a língua falada no Brasil e em Portugal.
* História da Língua Portuguesa
Durante a Era dos Descobrimentos,
marinheiros portugueses levaram o seu idioma para lugares distantes. A
exploração foi seguida por tentativas de colonizar novas terras para o Império Português e,
como resultado, o português dispersou-se pelo mundo. Brasil e Portugal são os dois únicos países cuja língua primária é o português. Entretanto, o idioma é
também largamente utilizado como língua franca nas antigas colônias portuguesas de Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, todas na África. Além
disso, por razões históricas, falantes do português são encontrados também em Macau, no Timor-Leste e em Goa.
O português é conhecido como "a
língua de Camões" (em homenagem a uma das mais conhecidas figuras literárias
de Portugal, Luís Vaz de Camões, autor de Os Lusíadas) e "a última flor do Lácio" (expressão usada no sonetoLíngua Portuguesa,
do escritor brasileiro Olavo Bilac). Miguel de Cervantes, o célebre autor espanhol, considerava o idioma "doce e agradável".
Português do
Brasil X Português de Portugal
Há diferenças entre, no mínimo, três aspectos da Língua: vocabulário,
fonética e sintaxe.
Veja, abaixo, exemplo, referente ao Vocabulário.
Português do Brasil
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Português de Portugal
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abridor
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tira-cápsulas
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açougue
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talho
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aeromoça
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hospedeira de bordo
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apostila
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sebenta
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bala
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rebuçado
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banheiro
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casa de banho
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cafezinho
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bica
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calcinha
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cueca
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carteira de identidade
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bilhete de identidade
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carteira de motorista
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carta de condução
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celular
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telemóvel
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conversível
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descapotável
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faixa de pedestres
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passadeira
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fila
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fila ou bicha (gíria)
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geladeira
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frigorífico
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grampeador
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agrafador
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história em quadrinhos
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banda desenhada
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injeção
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injeção ou pica (gíria)
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meias
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peúgas
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ônibus
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autocarro
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pedestre
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peão
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ponto de ônibus
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paragem
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professor particular
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explicador
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sanduíche
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sandes
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sorvete
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gelado
|
suco
|
sumo
|
trem
|
comboio
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vitrine
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montra
|
xícara
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chávena
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Alguns Escritores
de destaque:
(Portugal, África
e Brasil)
PORTUGAL:
Fernando
Pessoa;
Eça de
Queirós;
Gil
Vicente;
Luís
Vaz de Camões;
José
Saramago.
África:
José
Eduardo Agualusa;
Alda
do Espírito Santo;
Williams
Sassine;
Brasil:
João
Cabral de Melo Neto;
Rachel
de Queiroz;
Machado
de Assis;
Clarice
Lispector;
Algumas
Curiosidades da Língua Portuguesa
1.
A expressão “Será o Benedito”,
nasceu em 1933, quando o presidente Getúlio Vargas, demorou muito para escolher
o interventor de Minas Gerais. Todos temiam que ele escolhesse o pior
candidato, Benedito Valadares. Por isso, a população se perguntava: “Será o
Benedito?” E o Benedito foi o escolhido.
2.
Sabe o que é um FARDOLA? É
aquela pessoa que vive contando vantagens a seu próprio respeito.
3.
Quando os brasileiros não
entendem algo, logo dizem: “Está falando grego”. Já os gregos, quando ouvem
algo incompreensível, dizem: “Esta falando chinês”.
4.
A palavra ANILINA pode ser lida tanto da
direita para a esquerda quanto da esquerda para a direita.
5.
Fazer ouvidos de
mercador”.
Tudo bem que a frase até
faça algum sentido, se pensarmos em mercador como um vendedor que finge ser
surdo quando a gente pede um “descontinho”. Mas, não, não é esse o verdadeiro
sentido da frase.
A palavra original é marcador, denominação que os
carrascos recebiam por marcarem os ladrões com ferro em brasa, cujas súplicas
eram simplesmente ignoradas. Daí vem a tal essência de indiferença ligada à
frase, que se transformou num ditado popular que também é muito utilizado por
nós, brasileiros.
6.
Cor de Burro quando foge.
Já parou para pensar
se o burro muda de cor ao fugir? Pois é, ele não muda. Quem tem de correr do
bicho é que certamente fica pálido com o quadrúpede correndo sem rumo, por
isso, o correto a se dizer é “corro de burro quando foge”.
*O mundo
animal no Português do Brasil
Veja a
seguir termos, ditados e expressões envolvendo diversos nomes de animais de uso
frequente em nossa língua.
No
linguajar do brasileiro, um amigo falso diz-se "amigo da onça”. "Pagar o pato" é fazer papel de tolo,
assumindo as consequências de algo que não se cometeu. “Soltar os cachorros” em alguém é o mesmo que agir
de forma agressiva, por meio de insultos. E em se tratando de insultos, quando
uma pessoa é considerada pouco inteligente ou ignorante, “burra”,
"anta",
"toupeira",
“jegue”,
"mula"
ou "besta" são adjetivos muito utilizados para
identificá-la.
“Vaca” é um termo comumente utilizado para designar uma mulher de má
índole, assim como “cobra”, “jararaca” ou “víbora”.
Quanto aos homens, “cachorro” significa homem de mau caráter, "cabra da peste" é uma forma de
denominar um sujeito macho, ao passo que “cavalo” ou mesmo “animal”
são termos que identificam homens brutos.
Com relação
à família bovina, muitos são os termos e expressões existentes. Uma pessoa que
não tem opinião própria é chamada de "vaquinha de presépio", ou seja, é como se
servisse apenas de enfeite. A expressão "aonde a vaca vai,
o boi vai atrás" está associada a
pessoas que são facilmente influenciáveis por outras. Já um "mão de vaca" é alguém muito avarento,
pão-duro. A expressão "a vaca foi para o brejo", indica que
algo deu errado, ou que alguém fracassou. Utiliza-se “nem que a vaca tussa"
para dizer que algo não acontecerá sob hipótese alguma. Já “conversa para boi dormir”
ocorre quando uma pessoa está de conversa fiada ou mentindo.
Quanto aos
insetos, uma pessoa "formiga" é aquela que adora comer
doces. Já alguém muito intrometido, é conhecido como "abelhudo".
“Acertar na mosca"
significa fazer tudo direitinho. Já "comer mosca" está associado a perder uma
oportunidade ou ficar para trás. O ditado “Em boca fechada não entra mosca" significa que, muitas
vezes, é melhor ficar calado que dizer besteiras. Um "bicho-grilo"
é alguém que mora longe da cidade, ou mesmo uma pessoa que tenha estilo
alternativo, como os hippies. Uma pessoa confusa, que não sabe para onde ir,
diz-se que é uma "barata tonta",
enquanto que o termo “lesma” caracteriza uma pessoa lenta.
Os primatas
não escapam... Ser "macaco de auditório" significa estar
presente em aglomerações públicas com frequência. Já "macaco de circo" é alguém que gosta de
fazer brincadeiras para agradar os outros, enquanto que “estar com a macaca" é estar nervoso, agitado.
E então,
essa curiosidade não é o “bicho”, ou seja, legal?
*Regionalismos
Regionalismos
O Brasil é
um país com um território amplo e mesmo assim ainda possui uma língua única.
Além de contribuir para uma grande diversidade nos hábitos culturais,
religiosos, políticos e artísticos, a influência de várias culturas deixou
na língua portuguesa marcas que acentuam a riqueza de vocabulário e de
pronúncia. É importante destacar que as diferenças na nossa língua não
constituem erro, mas são consequências das marcas deixadas por outros idiomas
que entraram na formação do português brasileiro. Entre esses idiomas estão os
indígenas e africanos, além dos europeus, como o francês e o italiano. A
influência desses elementos presentes em cada região do país, aliada ao
desenvolvimento histórico de cada lugar, fez com que surgissem regionalismos,
isto é, expressões típicas de determinada região. Essa variedade linguística
pode se manifestar na construção sintática – por exemplo, em algumas regiões se
diz "sei não", em outras "não sei", mas
a grande maioria dos regionalismos ocorre no vocabulário. Assim, um mesmo
objeto pode ser nomeado por palavras, diversas, conforme a região. Por exemplo:
no Rio Grande do Sul, a pipa ou papagaio se chama pandorga; o semáforo pode ser
designado por farol em São Paulo, e sinal ou sinaleiro no Rio de Janeiro.
Regionalismo é, na língua, o emprego de palavras ou expressões
peculiares a determinadas regiões. Em literatura, é a produção
literária que focaliza especialmente usos, costumes, falares e tradições
regionais.
Exemplos
de regionalismos:
Nordestinês:
Abestado = Bobo, leso, tolo.
Abirobado = Maluco.
Abufelar - Irritar, ficar brabo.
Amancebado = Amigado, aquele que vive
maritalmente com outra.
Amarrado =
mesquinho; avarento.
Arretado = tudo
que é bom; bacana; legal.
Avalie =
Imagine.
Avariado
das idéias = meio amalucado.
Avexado =
Apressado.
Bater
a caçuleta = Morrer.
Bizonho =
triste, calado.
Brenha =
Lugar longe de difícil acesso; escuro.
Briba =
Pequena lagartixa.
Bruguelo =
Criança pequena
Se um paulista conversar
com um morador do Espírito Santo ele pode ouvir as seguintes palavras:
Taruíra:
lagartixa
Pocar:
estourar, arrebentar
Pão de sal: pão francês
Essas
palavras são apenas alguns exemplos de como a linguagem varia de região para
região.
*Qual o
texto mais antigo da língua portuguesa?
É um texto
de 1175, chamado Notícia de
Fiadores, mas o duro
é entendê-lo! A semelhança com o português atual é pouquíssima. Até o jeito
como o patrício escrevia as letras é complicado! Mas, os linguistas identificam
vários elementos nele que o caracterizam como português antigo, ou
galego-português, e o diferem do latim, ainda muito empregado na época. O texto
lista os fiadores de um tal de Pelágio Romeu, um português que, apesar de
nobre, não era rico. O documento foi descoberto pela pesquisadora Ana Maria
Martins, da Universidade de Lisboa, em 1999. Ela o encontrou no Arquivo
Nacional da Torre do Tombo, enquanto pesquisava para sua tese de doutorado.
Como o local possui um imenso acervo inexplorado, ainda podem pintar outros
documentos mais antigos. Confira a seguir a versão original do velho texto. E
depois, claro, sua "tradução"!
Texto Original
Noticia
fecit pelagio romeu de fiadores Stephano pelaiz .xxi. solidos lecton .xxi.
soldos pelai garcia .xxi. soldos. Güdisaluo Menendici. xxi soldos /2 Egeas
anriquici xxxta soldos. petro cõlaco .x. soldos. Güdisaluo anriquici .xxxxta.
soldos Egeas Monííci .xxti. soldos [i l rasura] Ihoane suarici .xxx.ta soldos
/3 Menendo garcia .xxti. soldos. petro suarici .xxti. soldos Era Ma. CCaa
xiiitia Istos fiadores atan .v. annos que se partia de isto male que li avem
Versão modernizada
Pelágio
Romeu lista aqui seus fiadores: para Pedro Colaço, devo dez contos; para
Estevão Pais, Leitão, Paio Garcia, Gonçalo Mendes, Egas Moniz, Mendo Garcia e
Pedro Soares, deve vinte contos; para João Soares, trinta contos, e para
Gonçalo Henriques, quarenta contos. Agora estamos em 1175, e só daqui a cinco
anos vou ter que pagar esses patrícios!
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