terça-feira, 15 de junho de 2010

Kit Manuel Bandeira 2010 - pequenas resenhas

Já publicadas no blog www.construindopasargada.wordpress.com pequenas resenhas de livros constantes do acervo do Kit Manuel Bandeira 2010, para os/as estudantes da Rede Municipal do Recife, através do Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores. Até a presente data, os títulos, brevemente comentados por Thelma Regina, são os seguintes:

Cada macaco no seu galho / Gilberto Braga de Mello. - Recife: Bagaço, 2006 . 2. ed. Ilustrações Davi Sento-Sé

Novela, em forma de fábula, contada 85 páginas, ao longo de 16 capítulos: . Notícias daquele tempo; . O ofício de cada um; . A embaixada ao pantanal; . A greve dos macacos; . Tumulto no revaldo; . A convocação do papagaio; . Em busca do candor; . Amor de bode e paquera de gavião; . Operação pantanal; . A cordilheira da morte; . A decisão do rei; . Fogo na floresta; . O sentido da palavra; . Operação tromba dágua; . Um ano depois; . A ação do urubu.

Em papel couché fosco, cada capítulo é identificado por desenho de página inteira, de Davi Sento-Sé, bastante colorido, o que chama a atenção dos/as leitores/as. Os capítulo são curtos, em média, 2 ou 3 páginas.

(…)

“A sociedade dos bichos era muito bem organizada porque eles conseguiam uma outra coisa que os homens, em milhares de anos de evolução da sua civilização, ainda não conseguiram: cada bicho sabia qual era seu papel na comunidade em que vivia. Cada animal era consciente dos seus deveres e direitos. E, também, respeitavam os direitos dos outros.

O governo no Reino dos Bichos funcionava sem problemas porque cada um deles valorizava sua condição de cidadão da floresta.” (pag 10)

(…)

“Cada macaco o seu galho” expressão popular que expressa toda uma moral, própria das fábulas, onde os animais falam e se expressam como os humanos. E, no final, exatamente no capítulo epílogo, traz uma lenda sobre “Por que o Urubu come carniça?”



A menina que aprendeu a voar /Ruth Rocha; ilustrado por Elisabeth Teixeira. - 2. ed. - São Paulo: Moderna, 2006.

Joana, a menina que aprendeu a voar, habilidade que descobriu assim, de repente, e que, além do susto, trouxe muita alegria e inquietação. E que passa despercebida, por um bom tempo... Em casa, a família envolvida nas atividades domésticas. Mamãe e papai tinham uma preocupação a mais: Tuca, seu irmão, tinha gazeado aula... Na escola, as crianças foram descobrindo seu segredo, em meio à algazarra e brincadeiras do recreio. As professoras não acreditavam que isso pudesse acontecer... Nem dona Isolda, sua professora, que entre outros temas estava na lição do “Não Pode”.

- Não pode escrever no caderno com a caneta vermelha. Esta é só pros títulos. E não pode sentar do lado que é pra não atrapalhar os vizinhos. E não pode olhar pro lado, nem pra trás, e nem dar risadinhas, nem pode ficar mostrando figurinhas, esta porcaria de álbum, exploração de multinacional, vamos acabar com isso, e vamos acabar com essas conversas de programa de TV, é por isso que o Brasil não vai pra frente, crianças, não verão país como esse.”

pag 22

Até que naquele dia aconteceu o improvável: … “Joana já estava saindo pela janela e segurou a mão de Gabriela e Zé Bento segurou a outra mão e todos se deram as mãos e foram saindo ela janela, voando, voando, e quando as crianças das outras classes viram aquilo foram abrindo as janelas e também saíram voando pra longe, em direção ao sol, à luz, ao céu azul...

Tinha crianças gordas e magras, altas e pequeninas, louras, mulatas e morenas, tinha crianças inteligentes e burras, e voavam todas, rindo-se muito, alegres pelo céu.

Só uma ou outra criança não conseguiu voar e ficou tristinha, sentada na classe.

Dona Isolda chegou à janela, olhou para o alto e chorou uma lágrima salgada.”

pags 28 a 31


As coisas que a gente fala / Ruth Rocha; ilustrações Mariana Massarani. - Rio de Janeiro: Salamandra, 1998.

Refletindo sobre o poder da palavra, Ruth Rocha trabalha ética no uso irresponsável e maldoso da oralidade. Na poesia, através de 27 estrofes de 2 a 10 versos, cada, o tema é abordado com cadência e leveza. Gabriela quebrou o vaso preferido de sua mãe, dona Felicidade e acusou seu vizinho, o menino Filisteu, que foi duramente castigado pelo pai Golias.

(…)

-Não tem mais festa!

Não tem mais coca-cola!

Não tem TV!

Não tem jogo de bola!

Trote no telefone?

Nem mais pensar!

Isqueite? Milquicheique?

Vão acabar!

(...)

Instigada pelo menino, Gabriela tenta desmanchar a confusão que causou e consegue encher malas e malas com as mentiras que disse, mas percebe que elas se transformaram em borboletas e se espalharam pela cidade... desesperada cai em choro compulsivo e assume, em alto e bom tom para todos, que mentiu. De repente, uma nuvem pesada se forma e lava as mentiras. Estaria o problema resolvido pra sempre? Importante que Gabriela aprendeu.

(...)

Porque é como eu lhes dizia.

As coisas que a gente fala

saem da boca da gente

e vão voando, voando,

correndo sempre pra frente.

Sejam palavras bonitas

ou sejam palavras feias;

sejam mentira ou verdade

ou sejam verdades meias;

são sempre muito importantes

as coisas que a gente fala.

Aliás, também têm força

as coisas que a gente cala.

Às vezes, importam mais

que as coisas que a gente fez...”

(…)


Formiga amiga / Bartolomeu Campos de Queirós; ilustrações Elisabeth Teixeira. - 1. ed. - São Paulo: Moderna, 2004. - (série Eu sei de cor)

Neste livro para leitores iniciantes, o escritor apresenta Dulce, uma formiga amiga, que encontra na cozinha seu lar e fartura de vida, além do carinho de um garoto, que gosta de observá-la e a suas companheiras, enquanto brinca naquele cômodo da casa. As ilustrações são bem interessantes, permitindo, inclusive leitura de imagem.

(...)
DULCE É DE FATO UM BARATO.

LINDA E AMIGUINHA

SÓ VIVE NA COZINHA.


QUANDO ME VISITA

DULCE TRAZ MINHÕES DE AMIGAS

PARA ME CONHECER. (…)


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