Carnaval Pernambucano - MAESTROS
Identificar o Carnaval Pernambucano por uma única palavra? Frevo poderia ser.
Tal a identificação dessa manifestação cultural ao período momesco, que já nasceu batizada a 9 de fevereiro de 1907, em notícia veiculada no Jornal Pequeno,
vespertino do Recife, ao detalhar na seção carnavalesca da época e assinada pelo jornalista Oswaldo Oliveira, a primeira referência ao ritmo, em reportagem sobre o ensaio do clube Empalhadores do Feitosa, do bairro do Hipódromo, que apresentava, entre outras músicas, uma denominada O frevo.
Em 2007, o Frevo passa a ser reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
E em 2012, foi incluído na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas (Unesco).
* presença de música e dança;
* música tocada por instrumentos de sopro;
* ritmo acelerado;
* movimentos acrobáticos;
* inserção de elementos de outras danças folclóricas;
* inserção de elementos da capoeira;
* figurinos coloridos e a utilização de pequenas sombrinhas;
* dançarinos do frevo são chamados de passistas.
São três os tipos de Frevo:
* Frevo de Rua: frevo da dança, não cantado, ao ritmo dos instrumentos musicais.
* Frevo-canção: frevo orquestrado, em ritmo mais lento.
* Frevo de Bloco: cantado, assemelha-se a uma marchinha de carnaval.
Após essa breve apresentação do FREVO
trazemos alguns MAESTROS QUE SE DEDICARAM E SE DEDICAM AO FREVO PERNAMBUCANO.
MAESTRO NELSON FERREIRA
Nelson Heráclito Alves Ferreira, o "Moreno Bom", como era carinhosamente apelidado, nasceu em Bonito (9.12.1902) e faleceu no Recife (21.12.1976).
Ao lado de Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba, são referências máximas do carnaval do século XX.
MAESTRO NUNES
José Nunes de Souza, o Maestro Nunes. Nasceu em Vicência (22.06.1931) e faleceu em Paulista (14.09.2016). Foi Patrimônio Vivo de Pernambuco e entre suas composições, destaque para os frevos populares: É de perder os sapatos, Cabelo de fogo e Frevo de mocotó. Fundou a Escola Musical do Frevo (1972) tendo como público-alvo filhos dos presidentes das agremiações carnavalescas e crianças de comunidades, e a banda Frevo do Nordeste (1984).
MAESTRO DUDA
José Ursicino da Silva. Maestro Duda. Natural de Goiana (23.12.1935). Criança, ainda, integrava a Banda Saboeira e compunha seu primeiro frevo (Furacão).
Regente, compositor, arranjador e instrumentista é uma referência cultural do frevo no Brasil.
Integrou a Orquestra Sinfônica do Recife e atuou como professor-arranjador do Conservatório Pernambucano de Música. Maestro premiado, foi eleito Patrimônio Vivo de Pernambuco (2010) e homenageado do Carnaval do Recife (2011).
MAESTRO EDSON RODRIGUES
Edson Rodrigues. Recifense (29.03.1942).
Estreou no carnaval, em 1957, na Orquestra Itapoã.
À música e ao Carnaval credita grandes alegrias e conhecimento do mundo.
Maestro, arranjador, saxofonista e compositor. Pertence a chamada segunda geração do frevo, ao dar continuidade a obra de Capiba e Nelson Ferreira. Pioneiro na introdução do jazz no Recife, ao fundar a Banda Municipal do Recife, sendo seu regente no período 1979 e 1983.
Graduado em Jornalismo, Geografia e Música. Professor do Conservatório Pernambucano de Música.
MAESTRO FORMIGA
Ademir Souza Araújo, o Maestro Formiga.
Nasceu em Recife (1942). Sua habilidade no processo de composição e na criação de arranjos em diversos gêneros, do popular ao erudito, é reconhecida nacionalmente, tendo recebido vários prêmios. Na década de 1970, ficou à frente da Banda Municipal do Recife. E na década de 1980, participou da criação da Frevioca, juntamente com o cantor Claudionor Germano, animando as ruas do Recife durante o Carnaval, um projeto
concebido pelo jornalista e escritor
Leonardo Dantas.
Já fez parcerias diversas: Orquestra Popular do Recife (PE), Nação Zumbi (PE), Grupo Camerata Brasileira (RS), Barca (SP) entre outros. Além de participar de diversos projetos de iniciação e educação musical, formando profissionalmente crianças e jovens.
Maestro Formiga é uma importante referência para músicos, artísticas e pesquisadores. Seu trabalho, revela uma respeitável contribuição para a preservação da cultura popular, ao enfatizar a relevância da transmissão de saberes tradicionais mantendo a vivacidade e a pulsação, marcas emblemáticas da cultura pernambucana. Defensor da música como um fator de transformação social.
Em 2013, foi escolhido como Patrimônio Vivo de Pernambuco.
MAESTRO SPOK
Inaldo Cavalcante de Albuquerque, o Maestro Spok. Nasceu em Igarassu (12.10.1970).
Maestro, saxofonista e compositor de frevo.
É o diretor da big bang, Spok Frevo Orquestra que já levou o Frevo às salas de concertos dos cinco continentes. Apresenta o ritmo pernambucano em tons de jazz, de forma original e primorosa. Maestro Spok faz questão de reverenciar os grandes mestres do frevo pernambucano.
MAESTRO FORRÓ
Francisco Amâncio da Silva, o Maestro Forró. Nasceu em Recife (14.10.1974).
Compositor, arranjador e trompetista é o idealizador da "big band" Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, que leva no nome o bairro de origem e tem como integrantes moradores do bairro. Apesar de trazer
os ritmos tradicionais da cultura pernambucana, a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério está longe de ser regionalista, promovendo a universalização da música.
A pesquisa, releitura e interação entre os elementos da música brasileira e o restante do mundo é a proposta da orquestra, "popularizando o erudito e eruditizando o popular", segundo Maestro Forró. Em seu trabalho, ritmos tradicionais como o samba de coco, maracatu de baque virado e frevo se mesclam a musicalidade e suingue do soul, funk, ska e jazz, entre outros: "Eu estou sempre ligado nessa coisa da oxigenação da arte. Há vezes em que as coisas estão bem pertinho e não percebemos".
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